quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Take the red pill, Neo - Part I

Post pra ser lido ao som de Bob Dylan - Love minus zero - No limit
E aí, galera? Tudo firme neste carnaval? Pularam bastante? Beberam bastante? Usaram bastante camisinhas? Esperamos que sim, mas, vamos ao que interessa...

O negócio é o seguinte...
Ontem (20/02/2007) eu trocava uma idéia com minha norinha linda pelo MSN, debatíamos sobre filmes e eu falei sobre a minha admiração ENORME pelo The Matrix, de 1999. Percebi que a adoração de todos os que já conversaram comigo a respeito do filme se resume aos efeitos especiais, às lutas maravilhosas de Kung-Fu, à temática futurista e às roupas de couro maravilhosas, mas, algo mais ficou pra trás, podemos relacionar neste item: a Filosofia, as religiões, o Processamento de Dados, a Matemática, Lewis Carrol, etc.
Pensando nisto, decidi fazer uma série de posts sobre o que acho interessante no filme, não sei quantos posts serão, mas, se estiver ficando chato, avisem.
Achei que deveria começar esta série de posts falando sobre processamento de dados, mas, pra incitar (ou excitar), seria interessante frisar uma ponta filosófica importantíssima no filme. Vamos nessa?
Eu não sou filósofo, mas, comecei a ler alguma coisa sobre Filosofia lá pelo ano 2000 ou 2001, achei tudo interessantíssimo, tão interessante que tenho vários livros (não consegui ler nenhum até agora, só trechos, mas, tá bom, um dia termino algum).

Segue abaixo um trecho do livro A República, de Platão, que mostra um diálogo entre Sócrates e Glauco, leiam e observem...

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Sócrates - Agora imagina a maneira como segue o estado da nossa natureza relativamente à instrução e à ignorância. Imagina homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, com uma entrada aberta à luz; esses homens estão aí desde a infância, de pernas e pescoço acorrentados, de modo que não podem mexer-se nem ver senão o que está diante deles, pois as correntes os impedem de voltar a cabeça; a luz chega-lhes de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrás deles; entre o fogo e os prisioneiros passa uma estrada ascendente. Imagina que ao longo dessa estrada está construído um pequeno muro, semelhante às divisórias que os apresentadores de títeres armam diante de si e por cima das quais exibem as suas maravilhas.

Glauco - Estou vendo.

Sócrates - Imagina agora, ao longo desse pequeno muro, homens que transportam objetos de toda espécie, que o transpõem: estatuetas de homens e animais, de pedra, madeira e toda espécie de matéria; naturalmente, entre esses transportadores, uns falam e outros seguem em silêncio.

Glauco - Um quadro estranho e estranhos prisioneiros.

Sócrates - Assemelham-se a nós. E, para começar, achas que, numa tal condição, eles tenham alguma vez visto, de si mesmos e dos seus companheiros, mais do que as sombras projetadas pelo fogo na parede da caverna que lhes fica de fronte?

Glauco - Como, se são obrigados a ficar de cabeça imóvel durante toda a vida?

Sócrates - E com as coisas que desfilam? Não se passa o mesmo?

Glauco - Sem dúvida.

Sócrates - Portanto, se pudessem se comunicar uns com os outros, não achas que tomariam por objetos reais as sombras que veriam?

Glauco - É bem possível.

Sócrates - E se a parede do fundo da prisão provocasse eco, sempre que um dos transportadores falasse, não julgariam ouvir a sombra que passasse diante deles?

Glauco - Sim, por Zeus!

Sócrates - Dessa forma, tais homens não atribuirão realidade senão às sombras dos objetos fabricados.

Glauco - Assim terá de ser.

Sócrates - Considera agora o que lhes acontecerá, naturalmente, se forem libertados das suas cadeias e curados da sua ignorância. Que se liberte um desses prisioneiros, que seja ele obrigado a endireitar-se imediatamente, a voltar o pescoço, a caminhar, a erguer os olhos para a luz: ao fazer todos estes movimentos sofrerá, e o deslumbramento impedi-lo-á de distinguir os objetos de que antes via as sombras. Que achas que responderá se alguém lhe vier dizer que não viu até então senão fantasmas, mas que agora, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, vê com mais justeza? Se, enfim, mostrando-lhe cada uma das coisas que passam, o obrigar, à força de perguntas, a dizer o que é? Não achas que ficará embaraçado e que as sombras que via outrora lhe parecerão mais verdadeiras do que os objetos que lhe mostram agora?

Glauco - Muito mais verdadeiras.

Sócrates - E se o forçarem a fixar a luz, os seus olhos não ficarão magoados? Não desviará ele a vista para voltar às coisas que pode fitar e não acreditará que estas são realmente mais distintas do que as que se lhe mostram?

Glauco - Com toda a certeza.

Sócrates - E se o arrancarem à força da sua caverna, o obrigarem a subir a encosta rude e escarpada e não o largarem antes de o terem arrastado até a luz do Sol, não sofrerá vivamente e não se queixará de tais violências? E, quando tiver chegado à luz, poderá, com os olhos ofuscados pelo seu brilho, distinguir uma só das coisas que ora denominamos verdadeiras?

Glauco - Não o conseguirá, pelo menos de início.

Sócrates - Terá, creio eu, necessidade de se habituar a ver os objetos da região superior. Começará por distinguir mais facilmente as sombras; em seguida, as imagens dos homens e dos outros objetos que se refletem nas águas; por último, os próprios objetos. Depois disso, poderá, enfrentando a claridade dos astros e da Lua, contemplar mais facilmente, durante a noite, os corpos celestes e o próprio céu do que, durante o dia, o Sol e a sua luz.

Glauco - Sem dúvida.

Sócrates - Por fim, suponho eu, será o Sol, e não as suas imagens refletidas nas águas ou em qualquer outra coisa, mas o próprio Sol, no seu verdadeiro lugar, que poderá ver e contemplar tal como é.

Glauco - Necessariamente.

Sócrates - Depois disso, poderá concluir, a respeito do Sol, que é ele que faz as estações e os anos, que governa tudo no mundo visível e que, de certa maneira, é a causa de tudo o que ele via com os seus companheiros, na caverna.

Glauco - É evidente que chegará a essa conclusão.

Sócrates - Ora, lembrando-se da sua primeira morada, da sabedoria que aí se professa e daqueles que aí foram seus companheiros de cativeiro, não achas que se alegrará com a mudança e lamentará os que lá ficaram?

Glauco - Sim, com certeza, Sócrates.

Sócrates - E se então distribuíssem honras e louvores, se tivessem recompensas para aquele que se apercebesse, com o olhar mais vivo, da passagem das sombras, que melhor se recordasse das que costumavam chegar em primeiro ou em último lugar, ou virem juntas, e que por isso era o mais hábil em adivinhar a sua aparição, e que provocasse a inveja daqueles que, entre os prisioneiros, são venerados e poderosos? Ou então, como o herói de Homero, não preferirá mil vezes ser um simples criado de charrua, a serviço de um pobre lavrador, e sofrer tudo no mundo, a voltar às antigas ilusões e viver como vivia?

Glauco - Sou da tua opinião. Preferirá sofrer tudo a ter de viver dessa maneira.

Sócrates - Imagina ainda que esse homem volta à caverna e vai sentar-se no seu antigo lugar: não ficará com os olhos cegos pelas trevas ao se afastar bruscamente da luz do Sol?

Glauco - Por certo que sim.

Sócrates - E se tiver de entrar de novo em competição com os prisioneiros que não se libertaram de suas correntes, para julgar essas sombras, estando ainda sua vista confusa e antes que os seus olhos se tenham recomposto, pois habituar-se à escuridão exigirá um tempo bastante longo, não fará que os outros se riam à sua custa e digam que, tendo ido lá acima, voltou com a vista estragada, pelo que não vale a pena tentar subir até lá? E se a alguém tentar libertar e conduzir para o alto, esse alguém não o mataria, se pudesse fazê-lo?

Glauco - Sem nenhuma dúvida.


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Sentiram o drama?
Mas, vamos ao que nos interessa...
O texto abaixo é uma adaptação de um texto extraído da revista SuperInteressante, nº 188, de maio de 2003.
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Tudo é um computador

Qualquer coisa pode ser um processador. Jogue uma moeda para o alto e você terá um tipo de informação - cara ou coroa - que poderá ser traduzida de infinitas formas: ganhar ou perder, sim ou não, zero ou um, existir ou não existir. Cada opção é igual ao tipo mínimo de informação utilizada pelos computadores - os bits - e, ao modificá-la, podemos dizer que a moeda está processando dados.
Agora imagine o movimento de cada átomo que existe no Universo. Ele também se desloca no espaço, oscila entre um número de estados possíveis e, desta forma, funciona como um processador. Tudo o que existe no Universo segue esta lógica. Você e o monitor à sua frente, só por existirem, por evoluírem com o tempo, estão processando informação. O Universo é, na verdade, um enorme computador.
O físico John Archibald Wheeler, criador do termo buraco negro, pesquisou idéias como essas ao longo dos anos 80 e concluiu que, em nível ainda mais básico do que quarks, múons e as menores partículas que conhecemos, a matéria era composta de bits. "Cada partícula, cada campo de força e até mesmo o espaço-tempo derivam suas funções, seu sentido e sua existência de escolhas binárias, de bits. O que chamamos de realidade surge em última análise de questões como sim/não.", afirmou Wheeler em uma palestra feita em 1989. É como se, em um determinado nível, a matéria se tornasse tão pequena que tudo o que sobra é a informação (Olha que interessante). "A teoria descreve fenômenos tão básicos que talvez nem seja possível um dia testá-la, mas, existem pesquisas muito sérias sendo feitas nessa área.", afirma o físico Paulo Teotônio Sobrinho, da Universidade de São Paulo.
A teoria deu origem à ciência da física digital, que possui uma maneira bem peculiar de descrever os fenômenos. Quando, por exemplo, um átomo de oxigênio se junta a dois de hidrogênio para formar água, é como se cada um usasse as questões do tipo sim/não para avaliar todos os possíveis ângulos entre eles até optar pelo mais adequado.
No final, a impressão é que os átomos fizeram uma simulação dos processos físicos. Se tudo for mesmo feito de bits, o Universo poderá ser uma enorme simulação, muitas vezes mais potente que a Matrix. É preciso um enorme poder computacional para rodar todos esses processos, o que inspira os cientistas a construir computadores quânticos capazes de aproveitar grande parte dessa potência.
Uma questão que surge então é que tipo de programa o Universo estaria rodando. É possível que o software de todas as coisas seja simples, com talvez não mais que quatro instruções repetidas muitas vezes. Quem afirma é Stephen Wolfram, um físico que completou seu doutorado aos 20 anos, com 27 criou o bem sucedido software Mathematica e se tornou milionário. Dedicou então os últimos 15 anos para desenvolver sua teoria, divulgada em 2002.
A idéia é simples: faça uma linha de quadrados e pinte um deles de preto. Desenhe outra linha igual embaixo e, na hora de colorir, invente regras simples, como deixar pretos somente os espaços que tiverem uma outra célula escura na diagonal superior. Repita a operação milhares de vezes. Dependendo do caso, é possível construir imagens de enorme complexidade com apenas três ou quatro regras. A figura que ilustra este post, utiliza sete instruções para formar padrões que surgem e interagem de forma bastante complexa.
O Universo poderia funcionar da mesma forma, com regras simples elaboradas no início dos tempos, repetidas até gerar todas as coisas que conhecemos. Assim como a figura ali em cima, seríamos apenas padrões interagindo com compexidade. Apesar de ter causado um grande alvoroço, grande parte da comunidade científica não está convencida de que a regra de Wolfram seja universal. Portanto, uma Matrix que simulasse todo o nosso universo, com certeza, precisaria de um enorme processador. Resta saber se necessitaria de um software sofisticado.
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Vislumbraram o cenário?

Por isso que este filme é excepcional, ele faz parte de uma lista interminável que considero essencial, segue abaixo um trecho dela:

Relação de coisas que ajudam a pensar:

  1. The Matrix;
  2. Bob Dylan;
  3. Jimi Hendrix;
  4. Cachaça, açúcar e limão;
  5. Alan Moore;
  6. Mulheres inteligentes.
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Continuando nossa maravilhosa lista, segue abaixo mais um álbum pra vocês procurarem e/ou conhecerem e/ou adorarem (tudo chupado do post anterior - Ctrl+C e Ctrl+V - ou vocês acham que eu iria digitar toda essa frase de chamada novamente?):
#4 Ryan Adams - Heartbreak
ano: 2000
Top 3 Hits: "To be young", "Oh my Sweet Carolina" e "Come pick me up".
Disco irmão: Paul Westerberg - 14 songs (1993)
Disco pai: The Replacements - Tim (1985)
Disco filho: Ryan Adams - Gold (2001)
Para quem gosta de: Dor de cotovelo, violão, gaita e fogueira no deserto do Alabama.
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Poxa, isso me lembrou uma das aventuras de Copacabana.
Eu estava tocando violão num churrasco no hotel onde estamos hospedados e um hóspede nos despejou com a alegação de querer dormir, só porque já era quase 23h30min de uma quinta feira, absurdo. Fomos pra um bar em uma das esquinas de Copa e a polícia nos convidou a vazarmos fora, daí fomos pras areias de Copacabana. Vida boa. Cerveja gelada, mulheres bonitas, violão, gaita e muita disposição. Acho que estafarei.
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Tive minhas orelhas puxadas por e-mail, então agora tenho que mandar um beijo especial pra um monte de gente.
Segue a lista...
  1. Cléo Fidel;
  2. Cléo Fidel (2x);
  3. Luana;
  4. Narinha;
  5. Meiri;
  6. Paulinha;
  7. Paulinha Rios;
  8. Mandy (especial mesmo, só pra ela saber que nos importamos com ela)
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Abraços a todos, beijos pras meninas.

Até o próximo post.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Klaatu Barada Nikto


Fala, galera.
Não apresentarei as desculpas de sempre, vocês estão carecas de saber que o tempo não gosta muito de me acompanhar.
Gente, tanta coisa mudou, acho justo repassar tudo pra vocês, então vamos lá...
Bom, quem me conhece sabe que sempre fui avesso aos empregos públicos, ainda estou formando opiniões contrárias ao que eu pensava, mas, não é fácil mudar repentinamente, pois bem, a vida que eu levava era maravilhosa, podia beber cerveja a qualquer hora do dia, podia fazer o que eu quisesse a qualquer momento, mas, tinham os reveses: altíssima inadimplência (altíssima mesmo, certezas de receber eram quase nulas), preços cada vez menores, concorrência desleal, era uma loucura total, tinha que matar 50 leões por dia, a coisa era brava mesmo.
Um belo dia, acordei e pensei: "Quer saber do mais? Foda-se todo mundo. Vou parar de me martirizar por pouca coisa.". E foi o que fiz. Estou escrevendo esse post em uma lan em Copacabana, bairro do Arnaldo Jabor, às vezes percorro as ruas procurando alguma que tenha sido citada em seus contos, hospedado num hotel legal, cama enorme, TV a cabo, serviço de quarto, etc e tal, cheio de parangolés.
Vocês pensarão: "Cara convencido bagaray... Vem tirar onda pra cima da gente.", mas, o que quero afirmar é o seguinte: Temos uma tendência enorme à acomodação, sempre queremos resultados diferentes fazendo a mesma coisa. Jogue tudo pro alto, mande alguém pro inferno, mande tomar em outros lugares, faz um bem danado e aumenta a confiança.

Um brinde à nova vida nova.
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Essa título do blog parecerá altamente identificável a uns e totalmente desconhecido por outros, é para os outros que escrevo.
Eu adoro um bom filme, às vezes vou beber uma cerveja na lanchonete de um amigo e ouço os comentários da galera: "Hoje vai passar um filmaço...", sempre me decepciono com o que vem depois de comentários deste tipo, tipos canastrões do naipe de Chuck Norris, Dolph Lundgren, Steven Seagal, Lorenzo Lamas, etc e tal. Como detesto filmes assim, vazo fora na mesma hora.
O texto abaixo foi extraído do site Poppycorn ( www.poppycorn.com.br ).

"Sam Raimi põe esta frase ininteligível, aí do título deste texto, na boca de um de seus personagens numa cena de “Uma Noite Alucinante 3”, num arroubo de bom humor e também num gesto de homenagem a um dos filmes mais cultuados da ficção científica: O Dia em que a Terra Parou.
Dirigido por Robert Wise, em 1951, o filme é agora lançado pela Fox, numa versão em DVD ( 92 minutos, P&B, R$ 35 reais em média, com extras) que suprirá uma lacuna muito importante para quem quiser entender o que foi o gênero nos anos da guerra fria. Apesar de chegar “malhado” pela ausência de ótimos extras, que fazem parte do lançamento nos Estados Unidos, mesmo assim é obrigatório ser visto.
Robert Wise morreu recentemente, no dia 14 de setembro último, e deixou um legado respeitável para a história do cinema. Foi montador de “Cidadão Kane”, dirigiu “Amor Sublime Amor”(1961), “A Noviça Rebelde”(1965) e “Jornada nas Estrelas, o filme”(1979), e realizou O Dia em que a Terra Parou, baseado num roteiro de Edmund H. North (Patton, Rebelde ou Herói), inaugurando as produções classe “A” de estúdio, que gerou a onda de filme sci-fi nos anos 50. Passados exatos 54 anos, o filme continua surpreendentemente bom, e se deixa ver não por sua temática alienígena, mas por sua abordagem filosófica sobre a humanidade.
Uma espaçonave em forma de disco sobrevoa a Terra e faz seu pouso em plena Washington, apavorando a todos com o enigma que a cerca. Depois de se ver rodeada por todo tipo de gente, exército e imprensa em destaque, sai dela o alienígena Klaatu (Michael Rennie) tendo o imponente robô Gort como guarda-costas. Depois de tentativa de contato, a truculência humana impera e Klaatu é atingido por um tiro. Gort neutraliza as forças armadas com um raio saído de seus olhos, sem matar ninguém. O alienígena vai parar num hospital onde revela sua missão: é portador de uma importante mensagem a ser transmitida aos líderes da humanidade, de que uma possível guerra atômica destruiria não só a Terra mas desequilibraria todo o Universo. Com a notícia de que nenhum líder o receberá, Klaatu foge e se mistura às pessoas, acabando por se instalar numa pensão onde conhece a jovem Helen (Patrícia Neal) e um cientista importante (Sam Jaffe) que lhe oferecem ajuda. Mas o tempo é curto e o alienígena tem que cumprir sua missão, e demonstra publicamente seu poderio suspendendo a energia da Terra por alguns momentos. Termina alvejado mortalmente pelo exército e a frase “Klaatu Barada Nokti” é dita como uma ordem ao robô, que o recolhe à nave. Mesmo assim, contado aqui quase em resumo total, o filme guarda surpresas às quais me omitirei em respeito ao leitor. A parte não dita é justamente o apelo principal do filme, que são as questões éticas que permeiam esta história messiânica.
Muitas coisas são interessantes de se notar. O robô Gort ocupa um lugar privilegiado. Observador imóvel de tudo que acontece, está sempre pronto a proteger seu mestre, agindo de acordo com os preceitos da Lei da Robótica, anunciada por Isac Asimov. Outro aspecto é a análise que o filme faz de duas das maiores psicoses dos anos pós-guerra, que foram a ameaça atômica e a aparição contínua de discos voadores. Ambos assuntos são as molas mestras da roteirização, que deu ao diretor Robert Wise o Globo de Ouro em 1952.
O argumento desta obra prima é tão forte que mesmo os efeitos especiais usados na época, hoje meio ultrapassados, não comprometem o todo do filme. Muito pelo contrário, eles resistem bem ao tempo e se transformam numa espécie de referência para a avaliação sobre o uso exacerbado da tecnologia de efeitos especiais em filmes atuais, que não resistem a 6 meses de sobrevida, esmagados que são por historietas frágeis e inconsistentes.
O lado musical do filme também criou, direta ou indiretamente, referenciais importantes. A trilha do poderoso Bernard Herrman contou com o uso do teremin, instrumento eletrônico que fazia sucesso na época, criando uma sonoridade que seria repetida em muitos outros filmes, associando o “assovio tremido” típico do instrumento a tudo que se referia ao espaço sideral. Basta ver a trilha de “Marte Ataca”, de Tim Burton, para entender isto. Outras curiosidades “musicais” valem a pena serem destacadas, só para confirmar a importância deste filme na vida de muita gente. Ringo Star colocou-se na porta do disco voador, junto com o robô, na capa do seu disco “Goodbye Vienna”. Raul Seixas gravou uma música chamada exatamente “O dia em que a terra parou”. Nasceu um grupo, nos anos 70, chamado Klaatu, onde se acreditava ser, nada mais nada menos, do que os Beatles, reunidos anonimamente após o término oficial da banda. E por aí seguem outras histórias curiosas.
Finalizando, é uma obra a ser vista, já que foi paradigma para futuras produções, desde “Contatos Imediatos do 3o Grau” a “Independence Day, passando pelo “ET, o Extra Terrestre”, e faz um interessante reforço a relatos de muita gente que diz que foi abduzida por “aliens” e confirmam que eles comentam que temem pela nossa auto-destruição.
Pelo menos eles, né?"
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Infelizmente esta postagem não contará com nossa lista dos 100 discos que você precisa ter... pra não passar vergonha.
Meu livreto informativo está em outra cidade, quando eu chegar lá (previsão mais otimista: 16/02), atualizarei novamente.
Ok?
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Um abraço pra todos que lêem isso aqui e um beijo especial pra Mandy, a baixinha mais invocada da faculdade, ela se faz presente mesmo de longe.

Fui...