quarta-feira, junho 07, 2006

Variações sobre um mesmo tema

Fala, galera...
Dia tumultuado, tive que fazer um monte de coisas, inclusive desenhar e pintar um Ronaldinho Gaúcho na rua da minha casa pras decorações da Copa do Mundo 2006, afinal todos temos que demonstrar nosso patriotismo e não vai ser numa hora dessas que eu gostaria de deixar isso de lado.
Mudando um pouco de assunto, existe um cara que eu admiro (qualquer pessoa que consiga escrever de maneira escrachada, com prazer e sendo pago por isso é digna de admiração) muito, ele se chama Mauro Rasi, ele criou as “Tias do Mauro Rasi”, que são personagens inusitados, com o único propósito de debochar de nosso estado sócio-político catatônico.
Me vi na pele dele nesta tarde (06/06) e “criei” também meus personagens e os chamei de “Os Vizinhos do Eduardo”. Durante minha pintura da rua, acompanhei os comentários feitos por eles, uns se diziam desiludidos com os atuais (e inúmeros) absurdos políticos, outros se diziam totalmente satisfeitos e acrescentavam que nunca haviam visto em toda a sua vida políticos serem presos, saírem algemados, etc e tal.
Terminei minha pintura e, modestamente falando, usei alguns conhecimentos adquiridos durante minha abandonada faculdade de matemática pra ampliar a figura que tinha em mãos pra um tamanho absurdo (dito pelos meus vizinhos) de 4,00x4,00m.
Pois bem, tarefa concluída, combinamos de tomar uma cerveja em comemoração aos preparativos da Copa assim que eu retornasse de outros afazeres profissionais; assim que cheguei, os encontrei no costumeiro bar, assitindo estupefatos ao noticiário com as imagens da invasão da Câmara pelos integrantes de uma variação do M.S.T., o chamado M.L.S.T., que quebravam tudo e todos que encontravam pelo caminho.
Um dos meus vizinhos me disse: “Taí uma coisa que não se vê todo dia.”, eu o corrigi dizendo que o M.S.T. (e suas variações) sempre invadiam tudo o que quisessem, então não era algo inédito o que presenciávamos.
Outro vizinho me disse: “O Aldo Rebelo agiu corretamente ao dar voz de prisão a todos os integrantes.”, eu complementei informando que no dos outros sempre é mais refrescante, pois balbúrdias assim acontecem freqüentemente em inúmeras fazendas e ninguém nunca tomou nenhuma atitude realmente eficaz quanto ao fato de garantir o direito de posse e a cidadania do latifundiário, retirando os baderneiros e punindo-os com o rigor da lei, isso só aconteceu agora, pois foi feito em um lugar que está sempre sob os holofotes e que estava freqüentado pelos representantes (é pra rir ou pra chorar?) do povo e demonstrava a que ponto uma turba sem regras e restrições pode chegar.
E, finalmente, outro vizinho complementou: “Uma bagunça como essa nunca aconteceu na Câmara de Deputados.” (hehe, ninguém merece), eu o interpelei e relembrei que os mesmos que se referiam aos integrantes do M.L.S.T. eram os caras que dançavam pra comemorar a impunidade de seus colegas e que os termos empregados por nossas autoridades nos discursos em que comentavam o ocorrido (bagunça, desrespeito, imoralidade, etc) eram os mesmos termos que nós falávamos enquanto sabíamos das notícias pelos noticiários.
Você estará se perguntando o que eu acho disso? Bem, acho que o enfoque muda a medida que se mostra de que lado do problema você está, se está causando o problema, é só se preparar pra qualquer direito de defesa do outro lado (como se tivéssemos isso facilmente) e se você está sendo prejudicado pelo problema, é só abrir o bico (no caso de nossos Deputados, é facílimo).
A impunidade é um grande mal e não sei se conseguiremos detê-la facilmente, e, agora com uma Copa Mundial se aproximando, certamente teremos coisas mais importantes pra esquentar nossa cabeça, coisas do tipo: conseguiremos passar pelo Japão de Zico? O Ronaldinho Fenômeno nos decepcionará com seu preparo físico?
É, problemas são problemas, só depende de quem quer tomar ciência de sua existência.
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Pra terminar, o advogado da Suzane Ritchhofen disse que conseguirá retira-la da cadeia, pois brasileiro gosta de mulher loira, linda e milionária.
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“Parem o mundo que eu quero descer” – Raul Seixas

Tá bravo.

Abraços a todos.

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